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Qual a importância de manter o equilíbrio da microbiota intestinal?

A microbiota intestinal é o conjunto de microrganismos, como as bactérias, que habitam o trato gastrointestinal do corpo humano e ajudam na digestão, na produção de vitaminas e no fortalecimento do sistema imunológico. Vários problemas de saúde, como doenças crônicas e autoimunes ou até transtornos mentais – a exemplo da ansiedade, depressão e autismo – podem estar relacionados com alterações da microbiota intestinal.

O que é microbiota?

Microbiota se refere a qualquer grupo de microrganismos que vivam juntos em algum ambiente. É possível encontrar bactérias, fungos, protozoários e até vírus nesse conjunto, que pode ser encontrado no solo, nas águas (de um rio ou mar) e dentro do corpo de animais ou de plantas. Nos seres humanos, há a microbiota da pele, do intestino e, no caso das mulheres, existe também a microbiota vaginal.

Antigamente, se utilizava o termo “flora intestinal” para falar da microbiota intestinal. Porém, o termo caiu em desuso, pois são micro-organismos, como as bactérias, que vivem no trato gastrointestinal.

Quais as características da microbiota intestinal?

A microbiota intestinal de cada pessoa tem características únicas, é composta de bactérias diferentes, na sua grande maioria não patogênicas (ou seja, que não causam mal à saúde) e que são adquiridas ainda no nascimento. Fatores ambientais, como os hábitos alimentares e a idade, podem influenciar no funcionamento da microbiota intestinal. Isso faz com que cada pessoa possa reagir de uma forma diferente a uma mesma dieta alimentar.

Por exemplo: alguns hábitos alimentares podem favorecer a perda de peso em determinadas pessoas, enquanto em outras isso não ocorre. A microbiota intestinal ajuda a determinar o quanto o corpo absorve de calorias dos alimentos.

Qual é a função da microbiota intestinal?

A microbiota intestinal é importante para diversos aspectos do nosso organismo, como o funcionamento do sistema imunológico, absorção de nutrientes, produção de vitaminas e enzimas e controle da proliferação de bactérias que podem fazer mal ao trato gastrointestinal. Veja as principais atribuições da microbiota intestinal:

Antibacteriana – a microbiota intestinal impede o crescimento de bactérias “maléficas” e que podem ser indesejáveis para a região gastrointestinal. É uma espécie de barreira, que pode atuar das seguintes formas:

A barreira mecânica na microbiota intestinal impede essas bactérias indesejáveis de se ligarem à parede intestinal;
Os microrganismos existentes fazem essas novas bactérias “morrerem de fome” após consumir rapidamente todos os nutrientes que chegam ao intestino;
Liberação de substâncias que são capazes de destruir essas bactérias “ruins”.

Imunoestimulante – a microbiota intestinal exerce uma função muito importante para o sistema imunológico, pois a parede intestinal é rica em células imunes, como basófilos, neutrófilos, linfócitos, entre outros. O que estimula essas células são os micro-organismos da microbiota intestinal. Se não houver essa ação, o sistema imunológico pode se tornar menos efetivo contra elementos estranhos ao organismo e infecções, além de ficar desregulado.

Uma atuação irregular da microbiota intestinal pode fazer com que o corpo humano responda de forma exagerada a alguns nutrientes ou organismos, o que pode estar relacionado a reações, como alergias e doenças autoimunes, como a retocolite ulcerativa ou a doença de Crohn.

Metabolismo – uma das ações da microbiota intestinal é na digestão de alguns alimentos, como o amido encontrado em grãos, vegetais e legumes. Com base nesses resíduos são produzidos, por exemplo, vitamina K e as do complexo B, que podem atuar no sistema imunológico e como fonte de energia para o corpo. Se a microbiota intestinal não realizar corretamente essa função, pode-se aumentar o risco de doenças, por exemplo, a obesidade.

Qual é o papel dos probióticos no equilíbrio da microbiota intestinal?

O probiótico pode ser um importante aliado para a microbiota intestinal, pois é um tipo de microrganismo vivo que auxilia o corpo a se manter saudável. Especialmente em crianças e idosos, quando é possível que os microrganismos atuem de forma menos eficaz do que na fase adulta.

Há bactérias boas e ruins que podem habitar o nosso corpo. As ruins surgem no caso de uma infecção, por exemplo, e provocam uma reação no sistema imunológico. Já as bactérias benéficas podem ajudar a eliminar as ruins e proteger a saúde. No caso dos probióticos, os microrganismos dele, quando em equilíbrio com o corpo, farão parte das bactérias “do bem” ajudando a manter a saúde.

O probiótico pode ser adquirido de duas formas: na alimentação do dia a dia ou pela suplementação. Em ambos os casos, esses tipos de bactérias podem ser úteis para o organismo, contribuindo para a redução da gravidade de quadros de diarreia ou na recomposição da microbiota intestinal após o uso de antibióticos.