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O que é a doença de Crohn?

O que é a doença de Crohn?

Anualmente, acontece no Brasil o Maio Roxo, que é uma campanha para conscientização sobre as doenças inflamatórias intestinais. Também conhecidas como DIIs, elas afetam cerca de cinco milhões de pessoas no mundo todo, causando desconfortos como cólica abdominal, diarreia e até sintomas mais graves, como fezes com sangue e emagrecimento. Segundo o Ministério da Saúde do Brasil, houve um aumento da incidência das DIIs no País durante os últimos anos, sendo a doença de Crohn uma das mais comuns. Então, continue a leitura para saber:

O que é a doença de Crohn?

A doença de Crohn é um tipo de doença inflamatória intestinal (DII) que pode atingir diversas partes do intestino, como o íleo, o cólon e o reto. Entretanto, ela afeta com mais frequência o intestino delgado.

Por causar inflamação no trato digestivo, ela provoca bastante incômodo na região abdominal, com mudanças na absorção dos nutrientes, dores fortes e alteração nos hábitos de evacuação. Por isso, pode ser uma doença debilitante e, às vezes, provocar complicações que podem colocar a vida em risco.

Ainda não existe cura para a doença de Crohn, mas com o tratamento adequado é possível ter uma boa qualidade de vida, com a redução de sinais e sintomas. Em alguns casos, é possível até mesmo alcançar a remissão de longo prazo.

Quais as causas e fatores de risco da doença de Crohn?

A doença de Crohn é multifatorial, ou seja, pode se desenvolver por influência de diversos fatores. O principal é a predisposição genética, embora ainda não tenha sido identificado o gene responsável por causar a condição. Os fatores de risco para a doença de Crohn podem incluir:

  • Histórico familiar – uma em cada cinco pessoas com doença de Crohn tem um familiar que também apresenta a doença, o que indica que há maior risco de desenvolvê-la quando há outro caso na família.
  • Idade a doença de Crohn pode ocorrer em qualquer idade, mas a maioria dos casos diagnosticados são em pessoas jovens, antes dos 30 anos.
  • Medicamentos anti-inflamatórios não esteróides – o uso excessivo deles, especialmente na infância, pode aumentar o risco ao desenvolvimento dessa DII.
  • Tabagismo – o vício em cigarros é um fator de risco controlável importante para o desenvolvimento da doença de Crohn.

Existem outros fatores que, embora não aumentem o risco de alguém ter a doença, podem agravar o quadro dela, tais como:

  • Alimentação com excesso de gordura e aditivos – já houve a suspeita de que uma dieta com muita gordura, carboidrato, conservantes e agrotóxicos pudesse causar a doença de Crohn. Hoje sabe-se que isso não é verdade, mas esse tipo de alimentação é um dos principais agravantes do quadro de inflamação intestinal.
  • Estresse – assim como a dieta, a tensão constante pode não causar a doença de Crohn, mas influencia no quadro da inflamação intestinal.

Quais os sinais e sintomas da doença de Crohn?

Geralmente, os sinais da doença de Crohn se desenvolvem gradualmente. Mas, às vezes, surgem de repente, sem aviso. O primeiro sintoma costuma ser a diarreia, com um desejo urgente de evacuar após as refeições e odor forte nas fezes. Além da diarreia, quando a doença está ativa, os sinais e sintomas podem ser os seguintes:

  • Febre;
  • Fadiga;
  • Dor abdominal, como cólicas;
  • Sangue nas fezes;
  • Dor e lesões ao redor do ânus;
  • Aftas na boca;
  • Redução do apetite;
  • Perda de peso.

Os sinais e sintomas da doença de Crohn podem variar de leves a graves. Em casos mais graves, é possível que a pessoa apresente manifestações fora do trato intestinal, tais como:

  • Inflamação da pele;
  • Inflamação dos olhos;
  • Inflamação das articulações;
  • Inflamação do fígado;
  • Pedras nos rins;
  • Anemia;
  • Prejuízo do desenvolvimento físico e sexual em crianças.

Importante! Consulte um profissional da saúde caso tenha diarreia com duração superior a duas semanas, perda de peso inexplicável, sangue nas fezes e dores abdominais constantes.

Quais as possíveis complicações causadas pela doença de Crohn?

Obstrução intestinal – a inflamação causada pela doença de Crohn pode afetar toda a espessura da parede intestinal, pois a deixa inchada. Com o tempo, é possível que algumas dessas partes afetadas cicatrizem e fiquem mais estreitas, o que pode bloquear o fluxo do bolo alimentar.

Úlceras – a inflamação crônica pode levar ao surgimento de feridas abertas em qualquer parte do trato digestivo, incluindo boca e ânus.

Câncer de cólon – quando a doença de Crohn afeta o cólon, há um risco maior do surgimento de câncer na região.

Doença de pele – muitas pessoas com doença de Crohn também podem desenvolver uma condição de pele chamada hidradenite supurativa, que causa nódulos e abscessos nas axilas, virilha, sob os seios e na região genital.

Coágulos de sangue – a doença de Crohn aumenta o risco de coágulos sanguíneos nas veias e artérias.

Como é feito o diagnóstico da doença de Crohn?

Não existe um teste específico pra diagnosticar a doença de Crohn, mas ao apresentar alguns sintomas, é preciso buscar um médico. Ele irá analisar os históricos de saúde do paciente e da família, avaliar as queixas apresentadas e fazer um exame físico. Para chegar ao diagnóstico, ele pode solicitar ainda alguns exames, tais como:

  • Exames de sangue – para verificar se há anemia ou há sinais de infecção;
  • Exame de fezes – para checar a presença de bactérias ou outros parasitas;
  • Colonoscopia – para visualizar o cólon e colher pequenas amostras de tecido para biópsia;
  • Tomografia computadorizada – para visualizar os tecidos de todo o intestino;
  • Ressonância magnética – caso haja fístulas na área anal ou no intestino delgado.

Existe tratamento para a doença de Crohn?

Embora ainda não exista cura para a doença de Crohn, ela tem tratamento. Um dos principais objetivos dele é reduzir a inflamação que desencadeia os sintomas e as complicações. Não há um tratamento único que funcione para todos, mas ele pode incluir:

Uso de medicamentos – os principais são os anti-inflamatórios e os supressores do sistema imunológico para reduzir a inflamação no intestino, além dos antibióticos, que ajudam a controlar as fístulas e abscessos. Medicamentos antidiarreicos e analgésicos podem ser prescritos para alívio dos sintomas.

Dieta – a alimentação saudável é essencial como aliada dos tratamentos em qualquer doença crônica. Especialmente nos casos em que se observa redução do apetite, diarreia e má absorção de nutrientes.

  • Em casos leves da doença de Crohn – pode-se recomendar apenas uma dieta com alimentos naturais e comidas mais suaves em geral, sem condimentos, conservantes e alimentos industrializados. Também é indicada uma alimentação com baixo teor de resíduos ou fibras para reduzir o risco de bloqueio intestinal.
  • Em casos mais graves da doença de Crohn – o médico pode recomendar uma dieta especial administrada por sonda alimentar ou pela veia. Isso permite que o intestino descanse e garante os nutrientes necessários ao indivíduo, o que ajuda a reduzir a inflamação a curto prazo.

Uso de probióticos – em casos leves dessa doença inflamatória intestinal, também pode ser indicado o uso de probióticos. Os probióticos são micro-organismos vivos, bactérias boas que trazem benefícios para a saúde geral do nosso corpo, facilitando a digestão, absorção de nutrientes e contribuindo para aumentar a imunidade, entre outros benefícios.

Cirurgia – realizada em último caso, promove benefícios temporários e deve ser acompanhada por tratamento com medicamentos para evitar a recorrência dos sintomas. A cirurgia é usada para remover uma parte danificada do trato digestivo e reconectar as outras partes saudáveis, mas também pode ser feita para fechar fístulas e drenar abscessos.

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Referências

https://pebmed.com.br/probioticos-o-que-o-medico-precisa-saber/ – acesso em 27/04/2023.


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