MITOS E VERDADES: Prevenção à alergia com uso de probióticos tem tudo a ver, sim!
Estimativas de diversos estudos internacionais apontam que entre 30% e 40% da população mundial possuem algum tipo de alergia. E lidar com alergias, principalmente na infância, é desafiador para os pais.
Estimativas de diversos estudos internacionais apontam que entre 30% e 40% da população mundial possuem algum tipo de alergia. E lidar com alergias, principalmente na infância, é desafiador para os pais. Os médicos Ana Paula Castro, a alergista e imunologista da Unidade de Alergia e Imunologia do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo, e o pediatra Bruno Paes Barreto, coordenador da região norte da Sociedade Brasileira de Pediatria, esclarecem os principais mitos sobre alergia e o uso de probióticos para ajudar nesta questão.
Os probióticos são microrganismos vivos (bactérias boas) que, quando ingeridos em quantidades adequadas, interagem com a microbiota intestinal e têm um papel importante no restabelecimento de seu equilíbrio.
Vale lembrar que é fundamental que adultos e crianças alérgicas tenham acompanhamento médico e estejam bem informadas para avaliar as situações e tomar ações emergenciais quando necessário.
Confira:
A alergia pode ser associada ao fator genético
VERDADE – Sim. Segundo a alergista e imunologista Ana Paula Castro, médica assistente da Unidade de Alergia e Imunologia do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, filhos de mães e pais alérgicos apresentam mais chances de desenvolver alergias. Algumas alergias acabam afetando a qualidade de vida na infância. Mas os sintoma podem ser prevenidos e hoje, felizmente, há tratamentos eficazes.
Probióticos podem ajudar na prevenção da alergia na infância
VERDADE – O uso contínuo de probióticos pode controlar a proliferação de bactérias “do mal”, as patogênicas, presentes no intestino, proporcionando a absorção de nutrientes para o organismo de forma equilibrada e fortalecendo o sistema imune. As alergias e a imunidade estão correlacionadas, segundo a médica.
Uma vez que a pessoa é alérgica, não é possível controlar fatores externos que desencadeiam crises
MITO – É possível equilibrar o sistema imunológico. Evitar o contato com alérgenos, como saliva e epitélio de animais de estimação, bolor, fumaça de cigarro e poluição são formas de prevenção. Manter a higiene da casa, em especial do quarto, ajuda a evitar a proliferação de ácaros.
O uso de probióticos na gravidez pode ajudar a prevenir alergias nos filhos.
VERDADE – Segundo o pediatra Bruno Paes Barreto, coordenador da região norte da Sociedade Brasileira de Pediatria, o Lactobacilus rhamnousus GG (LGG®) é um dos mais estudados para evitar que grávidas que são acometidas de asma e rinite tenham um filho alérgico.
“Usando, sobretudo, no último trimestre de gravidez tentamos protelar e impedir o surgimento de alergias nas crianças. Esta é uma das principais indicações do probiótico LGG para a gestante”, diz Barreto.
O tipo de parto, vaginal ou cesariana, não influencia o sistema imunológico do bebê
MITO – Quando se pensa em prevenção de alergias, o parto vaginal tem um papel importante porque faz com que a bebê tenha contato com bactérias que são muito importantes para o adequado funcionamento do intestino e desenvolvimento do sistema imunológico. Desde o nascimento, essa influência ocorre, uma vez que o nosso organismo é formado por inúmeras bactérias, concentradas em sua maioria no intestino. A microbiota intestinal, conhecida há alguns anos como flora intestinal, abriga bactérias, vírus e fungos, sendo que a maior parte das células do sistema imunológico fica alojada no intestino. Sendo assim, o tipo de parto também influencia na propensão a alergias, uma vez que no parto por cesariana não há transferência da microbiota da mãe para o bebê.
Referências
- World Health Organization. White Book on Allergy 2011-2012 Executive Summary. By Prof. Ruby Pawankar, MD, PhD, Prof. Giorgio Walkter Canonica, MD, Prof. Stephen T. Holgate, BSc, MD, DSc, FMed Sci and Prof. Richard F. Lockey, MD.
- Funkhouser LJ, Borderstein SR. Moms knows best: the universality of maternal microbial transmission. PLoS Biol. 2013;11(8):e1001631.
- Capurso L. Thirty Years of Lactobacillus rhamnosus GG: A Review. J Clin Gastroenterol 2019; 53: S1–S41