Qual o tratamento para dermatite atópica?
A dermatite atópica é uma doença que causa inflamação na pele, provocando o aparecimento de lesões e crostas. Ela afeta 2,4% da população mundial, sendo a 15ª doença não fatal mais comum. Para evitar o agravamento e a piora da qualidade de vida, é fundamental realizar um tratamento adequado. Continue a leitura e conheça mais sobre a doença, possíveis sinais e sintomas e como ela pode ser tratada.
O que é a dermatite atópica?
A dermatite atópica é uma doença crônica, de causas genéticas, que provoca inflamação na pele, levando ao aparecimento de feridas e erupções que apresentam crostas. O surgimento dessas feridas é mais comum nas mãos, dobras dos braços e da parte de trás dos joelhos. A dermatite atópica pode também vir acompanhada de asma ou rinite alérgica.
Embora ainda não exista uma cura para a doença, os tratamentos e as medidas de autocuidado podem melhorar as feridas, reduzir as dores e coceiras e a prevenir novos surtos da doença, aumentando a qualidade de vida da pessoa.
Como saber se tenho dermatite atópica?
As manifestações da dermatite atópica na pele deixam bem claro que existe algum problema. Veja sinais e sintomas que ela pode provocar:
- Pele seca, rachada, escamosa sensível e que incha ao coçar;
- Coceira intensa, principalmente à noite;
- Manchas vermelhas e cinzas especialmente na região das mãos, pés, tornozelos, pulsos, pescoço, parte superior do tórax, pálpebras, dentro da dobra dos cotovelos e joelhos. Em bebês, as manchas prevalecem no rosto e couro cabeludo;
- Feridas pequenas e elevadas, que podem vazar fluido e formar crostas;
A doença também pode interferir no sono, provocar dificuldade de concentração, sangramento na pele, coceira e infecções secundárias. Mas, a gravidade da dermatite atópica pode variar muito de pessoa para pessoa:
- Em casos mais leves, pode haver apenas áreas pequenas de pele seca e com coceira;
- Nos casos mais graves, por conta da coceira excessiva, as feridas se tornam abertas e podem ser contaminadas por bactérias, vírus ou fungos, agravando o problema e podendo causar uma inflamação generalizada na pele.
Atenção! existem outros problemas de saúde que também podem afetar a pele e ser confundidos com dermatite atópica. Então, aos primeiros sinais e sintomas, procure um médico. Pois só ele pode fazer o diagnóstico correto e indicar o tratamento mais indicado para o seu caso. E não se automedique por conta própria, isso pode mascarar sintomas tornando mais difícil de se chegar ao diagnóstico correto e até agravar o problema de saúde ou provocar outros.
Quais os tipos de tratamento para dermatite atópica?
- Hidratação da pele – é essencial para preservar a integridade da barreira cutânea, que pode ser restaurada com a aplicação de hidratantes, que são a primeira linha de tratamento, sendo recomendados para todas as formas da doença. O uso de hidratantes de forma adequada, conforme indicação médica, reduz as crises agudas e ainda melhora o ressecamento e a coceira intensa. Geralmente, para manter a hidratação da pele ao longo do dia, são necessárias duas aplicações. Os hidratantes são compostos por combinações variáveis de:
- Emolientes – preenchem os espaços entre as escamas da pele e mantém a hidratação;
- Umectantes – os umectantes aumentam a hidratação da camada mais externa da pele, preservando sua estrutura;
- Substâncias oclusivas – formam uma camada protetora sobre a epiderme, que reduz a evaporação da água e impede a penetração de bactérias, vírus e outros agentes que podem causar irritação.
Existem hidratantes desenvolvidos especificamente para a dermatite atópica e esses são os mais indicados, pois contêm substâncias com ação emoliente, princípios ativos e componentes que recuperam a pele. Evite hidratantes que possuem fragrância, conservantes e substâncias sensibilizantes. Você pode encontrar hidratantes em três versões:
- Loções – possuem alto teor de água, o que permite maior tolerância e evaporação;
- Cremes – possuem textura mais agradável e são uma emulsão de água em óleo;
- Pomadas – têm textura mais gordurosa e menos conservantes na formulação, o que proporciona menor irritabilidade, especialmente nas peles que já estão lesadas.
- Controle das crises de inflamação – é essencial no tratamento da doença. Os tipos de medicamentos mais utilizados para isso são:
- Corticosteroides – agentes anti-inflamatórios, controlam os principais sintomas da dermatite atópica, como o prurido (coceira intensa) e as lesões com escamação. É preciso estar atento aos efeitos colaterais que podem acontecer e por isso a aplicação só deve ser feita sob prescrição médica.
- Inibidores da calcineurina – são uma classe de medicamentos utilizados nos surtos para o controle da inflamação. Eles atuam bem em graus leve a grave, proporcionando uma diminuição do número de crises e da necessidade do uso de corticoides. Possuem boa tolerabilidade e poucos efeitos adversos.
- Medicações anti-inflamatórias – para casos mais graves, o médico pode prescrever corticosteroides orais. São medicamentos eficazes, mas não podem ser usados em longo prazo devido a potenciais efeitos colaterais graves.
- Infecções bacterianas – se ocorrerem, o médico pode indicar o uso de antibióticos tópicos ou sistêmicos.
O tratamento da dermatite atópica é longo, podendo durar meses ou anos. E, mesmo com um tratamento bem executado, é possível que os sinais e sintomas voltem e você precise iniciá-lo novamente. Seja como for, não deixe de procurar um médico dermatologista se acontecer o seguinte:
- A condição é tão desconfortável que afeta o sono e as atividades diárias;
- A pele apresenta sinais de infecção, com pus e crostas amarelas;
- As manifestações persistem apesar do uso de medicamentos.
O que evitar quando se tem dermatite atópica?
Quem tem a doença precisa redobrar a atenção com os cuidados da pele e entender o que pode fazer sem correr o risco de agravar o problema. Então, veja algumas dicas do que evitar para prevenir o aparecimento e agravamento das feridas:
- Evite usar roupas apertadas;
- Evite esfregar o corpo durante o banho ou secar-se com força;
- Evite se expor às mudanças bruscas de temperatura;
- Evite atividades físicas que provoquem suor, caso note que isso agrava as lesões;
- Evitar coçar os locais com feridas;
- Evite o contato com substâncias irritantes presentes em produtos de limpeza, cosméticos e perfumes. Sempre que possível, opte por produtos hipoalergênicos, que possuem baixo risco de provocar alergias e irritações.
Além disso, é fundamental reforçar a ingestão de água e a hidratação da pele, principalmente quando o tempo estiver mais seco e frio. Esteja atento aos gatilhos que ampliam as crises, como possíveis alimentos, e procure evitá-los. Com o tratamento contínuo e adequado, é possível que pacientes com a dermatite atópica tenham uma boa qualidade de vida e longos períodos sem crise da doença.
Referências
- https://www.nhs.uk/conditions/atopic-eczema/treatment/ – acessado em 24/04/2022;
- https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/atopic-dermatitis-eczema/diagnosis-treatment/drc-20353279 – acessado em 24/04/2022;
- https://www.sbd-sp.org.br/geral/dermatite-atopica-sintomas-causas-e-tratamentos/ – acessado em 24/04/2022;
- https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/Consenso_-_Dermatite_Atopica_-_vol_2_n_2_a04__1_.pdf – acessado em 24/04/2022;
- https://pebmed.com.br/revisao-sobre-dermatite-atopica/ – acessado em 24/04/2022.